A necessidade de incorporar práticas sustentáveis na gestão de projetos tornou-se urgente. Pressões de investidores, consumidores e órgãos reguladores exigem das organizações uma nova postura: mais do que entregar escopo, prazo e custo, é necessário entregar valor para a sociedade e o meio ambiente. O P5 Standard for Sustainability in Project Management, desenvolvido pela GPM Global, oferece um modelo estruturado para integrar práticas sustentáveis de forma pragmática. Ele organiza os impactos em três pilares fundamentais: Pessoas (People), Planeta (Planet) e Prosperidade (Prosperity), abrangendo áreas específicas que devem ser avaliadas ao longo do ciclo de vida do projeto (GPM Global, 2021). Na newsletter anterior, escrevi sobre os 3Ps.
Como fazemos então esta integração?
- Avaliação Estruturada de Impactos com o P5IA
A primeira etapa para integrar a sustentabilidade em projetos é compreender como as atividades planejadas impactam seus stakeholders, o meio ambiente e a economia. O P5 Standard propõe o uso da técnica chamada P5 Impact Analysis (P5IA), que orienta a identificação e avaliação dos impactos positivos e negativos, organizados sob as dimensões de People (Pessoas), Planet (Planeta) e Prosperity (Prosperidade). Na prática, esse processo começa com a avaliação dos impactos que o projeto pode gerar, como o efeito sobre o emprego, a saúde e segurança dos trabalhadores e da comunidade, a preservação da biodiversidade, o consumo de energia e o estímulo ao desenvolvimento econômico local. Após essa identificação, deve-se classificar os impactos observados, utilizando escalas qualitativas e quantitativas que permitam medir a intensidade e a relevância de cada efeito. Essa análise sistemática cria as bases para decisões mais responsáveis e para o planejamento de ações mitigadoras e potencializadoras no ciclo de vida do projeto.
- Revisão e Integração nos Processos de Gestão
Após priorização, as ações corretivas e preventivas serão incorporadas de maneira estruturada aos processos do projeto. O Sustainability Management Plan, descrito no P5 Standard, orienta como integrar práticas de sustentabilidade diretamente nas etapas de planejamento, execução e controle. Na prática, isso significa revisar e atualizar modelos essenciais, como os de planejamento de escopo, cronograma e aquisições, de forma que passem a contemplar critérios claros de sustentabilidade. Além disso, os requisitos ambientais, sociais e econômicos devem ser incorporados às especificações dos entregáveis, assegurando que a gestão do projeto esteja alinhada a padrões sustentáveis desde o início até a sua conclusão.
- Definição de Indicadores de Sustentabilidade (KSIs)
Medir o desempenho sustentável tornou-se tão essencial quanto monitorar o cumprimento de prazos e orçamentos. O P5 Standard propõe a definição de Key Sustainability Indicators (KSIs), permitindo que o impacto dos projetos seja acompanhado e reportado em múltiplas dimensões relevantes. Isso significa estabelecer indicadores específicos para cada pilar da sustentabilidade: no eixo de People, podem ser mensuradas, por exemplo, o número de iniciativas de inclusão e diversidade promovidas ao longo do projeto; no eixo de Planet, a redução do consumo de energia e a diminuição das emissões de gases de efeito estufa devem ser monitoradas com atenção; já no eixo de Prosperity, torna-se estratégico avaliar a geração de renda local e calcular os índices de retorno social sobre o investimento, utilizando métricas recomendadas no próprio P5, como as apresentadas no Anexo 2 do guia.
- Engajamento de Stakeholders sob a Ótica ESG
O engajamento de stakeholders, segundo o P5 Standard, deve incorporar a compreensão dos impactos sociais e ambientais percebidos por comunidades, clientes, colaboradores e outras partes interessadas. Isso implica ampliar a análise tradicional de stakeholders, incluindo não somente o interesse e a influência, mas também preocupações éticas, ambientais e sociais relacionadas ao projeto. Conduza, por exemplo, consultas públicas, entrevistas e fóruns de materialidade que permitam identificar as expectativas de impacto sustentável, fortalecendo a legitimidade do projeto e aumentando seu alinhamento com as necessidades reais da sociedade. Para garantir accountability e transparência, o P5 Standard recomenda que as informações sobre sustentabilidade sejam integradas de maneira sistemática aos relatórios de desempenho dos projetos. A seção sobre ESG Disclosures and Sustainability Reporting detalha como alinhar essa comunicação a padrões reconhecidos internacionalmente, como os GRI Standards e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDGs) da ONU. Inclua seções específicas de sustentabilidade nos relatórios periódicos de status dos projetos, evidenciando os principais resultados alcançados em relação aos pilares de People, Planet e Prosperity. Também é essencial estabelecer vínculos claros entre os impactos dos projetos e os compromissos globais assumidos pela organização, promovendo uma narrativa consistente, verificável e de alto valor estratégico.
Preparando Seus Projetos para o Futuro
Integrar sustentabilidade, na prática — utilizando o P5 como guia — gera valor tangível para a organização, minimiza riscos, fortalece a reputação e prepara o caminho para acesso a novos mercados e investimentos.
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